Os alemães também são guardiões da memória do MP Lafer

Em 2023 foram reunidos 13 MPs na região norte da Alemanha.
Em 2023 foram reunidos 13 MPs na região norte da Alemanha.

Na impossibilidade de seguir publicando tudo a respeito do MP Lafer, seguimos fazendo os registros daquilo que consideramos que seja o mais essencial.

O tempo é implacável: vai deixando rugas nas faces das pessoas, as pinturas desbotadas, os motores cansados. Mas o tempo também é um filtro, que faz sobressair aquilo que merece ser preservado. Pessoas vão e vem, pinturas podem ser renovadas e motores podem ser retificados. Quando gostamos muito de algo, cuidamos para que este objeto de afeição possa se prolongar pelo maior tempo possível. Assim funciona com os encontros de MP Lafer, que marcam a passagem do tempo no Brasil e também na Alemanha.

Em 2023, o MP Lafer Germany escolheu a região de Niedersachsen para sediar seu décimo-segundo encontro anual. Os brasileiros conhecem o lugar como Baixa Saxônia, um dos 16 estados da Alemanha, localizada no noroeste do país, sendo banhada pelo Mar do Norte. 

A cada ano, membros diferentes da entidade dedicada ao MP Lafer se encarregam dos detalhes da promoção do evento. Desta vez, a responsabilidade coube ao casal Marion & Jörg Lehwald, de Stade. Eles receberam a ajuda de Nadine & Tobias e Christiane & Peter, que também moram no norte da Alemanha.

Ao todo, desta vez foram reunidos 13 MPs e um Panther Kallista, modelo inglês com mecânica Ford, que guarda certa semelhança visual com o conversível brasileiro. Além disso, o Chavdar veio da Bulgária com sua esposa, mas sem o MP Lafer, assim como os irmãos Philippe e Dominique Louis, da Bélgica, mesma terra do casal Arlette & Jean-Marie Stulens, que participaram do evento pela primeira vez, a bordo de um MP Lafer vermelho.

Os laferistas alemães, belgas e búlgaros ficaram hospedados no Elbstrand Resort, um aconchegante hotel e restaurante localizado em Krautsand, próximo de Drochtersen, nas margens do Rio Elba, que liga o Mar do Norte ao importante Porto de Hamburgo. 

Na programação do evento, iniciado no horário vespertino do dia 21 de julho, sexta-feira, o sábado estava reservado para a travessia do Rio Oste, por meio da Schebefähre Osten-Hemmoor, uma estrutura metálica em forma de ponte, que transporta uma balsa suspensa, sendo uma atração turística da região. O almoço do dia 22 de julho foi no Restaurante & Café Seeterrassen, na cidade de Cuxhaven, com a tarde dedicada ao Gut Hörne Café em Balje.

Por fim, no domingo, dia 23 de julho de 2023, as paradas foram realizadas no Festung Grauerort, um forte construído pelo exército prussiano entre 1868 de 1873 em Stade, local também da segunda parada: Altstadt, cuja arquitetura típica rende belos cartões postais. Por fim, quem pode ficar até o final do encontro, pode conhecer os arredores de Jork, cidade famosa pela produção de maçãs.

Enfim, a mistura de boa culinária com boa arquitetura, belas paisagens e lindas estradas a bordo de um carro como o MP Lafer, fizeram a espera por um evento como este valer a pena. Aqui, cabe o agradecimento especial ao Ludwig Stolz e ao Miro Dudek, por compartilharem com os laferistas brasileiros as fotografias que retratam um pouco dessa experiência multissensorial que já nos deixa na expectativa para 2024!
  

Galeria de imagens

Recebemos centenas de imagens do Miro Dudek e do Ludwig Stolz. Tivemos dificuldade para selecionar algumas para publicar aqui no site do MP. O papel do editor não é apenas se basear nas imagens mais impactantes, mas escolher aquelas que, em conjunto, ajudam a contar uma história.


Saindo para passear de MP Lafer, junto dos amigos. Tem coisa melhor? Até tem, mas cada um sabe o que é.
Saindo para passear de MP Lafer, junto dos amigos. Tem coisa melhor? Até tem, mas cada um sabe o que é.

Parece o grid de largada de um Grande Prêmio com carros antigos, mas são apenas os MPs esperando a vez de serem transportados para o outro lado do rio.
Parece o grid de largada de um Grande Prêmio com carros antigos, mas são apenas os MPs esperando a vez de serem transportados para o outro lado do rio.

A fila indiana de MPs, como se ainda estivem em linha de fabricação, agora produzindo boas lembranças.
A fila indiana de MPs, como se ainda estivem em linha de fabricação, agora produzindo boas lembranças.

Três MPs na Schwebefähre Osten-Hemmoor, uma espécie ponte transportadora de balsa suspensa, inaugurada em 1909.
Três MPs na Schwebefähre Osten-Hemmoor, uma espécie ponte transportadora de balsa suspensa, inaugurada em 1909.

A estrutura sobre o Rio Oste tem 80 metros de comprimento, 38 metros de altura total e 30 metros de altura com vão livre.
A estrutura sobre o Rio Oste tem 80 metros de comprimento, 38 metros de altura total e 30 metros de altura com vão livre.

Christian Stolz a bordo de seu MP Lafer, ao lado do melhor amigo do homem.
Christian Stolz a bordo de seu MP Lafer, ao lado do melhor amigo do homem.

O modelo inglês Panther Kallista tem mecânica Ford. Este exemplar pertence ao Thomas de Hamburgo, que também está restaurando um MP Lafer.
O modelo inglês Panther Kallista tem mecânica Ford. Este exemplar pertence ao Thomas de Hamburgo, que também está restaurando um MP Lafer.

Toda região portuária é conhecida, também, por seus faróis vermelhos e brancos.
Toda região portuária é conhecida, também, por seus faróis vermelhos e brancos.

O belíssimo MP Lafer de Marion & Jörg Lehwald, de Stade, captado num ângulo diferente.
O belíssimo MP Lafer de Marion & Jörg Lehwald, de Stade, captado num ângulo diferente.

Uma das paradas programadas nos passeios que os laferistas da Alemanha fizeram em 2023, foi para conhecer uma fortificação em desuso há vários anos. Que continue assim por muito tempo.
Uma das paradas programadas nos passeios que os laferistas da Alemanha fizeram em 2023, foi para conhecer uma fortificação em desuso há vários anos. Que continue assim por muito tempo.

No domingo, dia 23 de julho de 2023, o tempo ficou nublado e os MPs tiveram que fechar as capotas.
No domingo, dia 23 de julho de 2023, o tempo ficou nublado e os MPs tiveram que fechar as capotas.

A fábrica do MP Lafer ficava em São Bernardo do Campo, perto do Porto de Santos. Por isso, essa imagem tem um significado especial.
A fábrica do MP Lafer ficava em São Bernardo do Campo, perto do Porto de Santos. Por isso, essa imagem tem um significado especial.

O verão na Alemanha favorece a exuberância do paisagismo, que também é uma paixão nacional.
O verão na Alemanha favorece a exuberância do paisagismo, que também é uma paixão nacional.

Os MPs estacionam diante de um charmoso sobrado geminado. Respeito pela estética que reflete a ética de uma nação.
Os MPs estacionam diante de um charmoso sobrado geminado. Respeito pela estética que reflete a ética de uma nação.

Os participantes do encontro alemão do MP Lafer foram agraciados com maçãs gravadas com a famosa logomarca do carro.
Os participantes do encontro alemão do MP Lafer foram agraciados com maçãs gravadas com a famosa logomarca do carro.

Instagram

As redes sociais querem tudo para elas, pois reduzem as visualizações de links para outros tipos de sites, e facilitam a incorporação de seus conteúdos neles. Não temos muito o que fazer. Não estar nas redes sociais é quase a mesma coisa que não existir na Internet. 

Igualmente, o YouTube é uma forma de propagar memórias. O décimo-segundo encontro do MP Lafer na Alemanha também está registrado em três vídeos reproduzidos a seguir. 

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Alemães cruzam a fronteira com a França a bordo de 14 MP Lafer: Pfalz 2022

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XXVI Encontro Nacional do MP Lafer - Holambra 2023

A foto de abertura de uma reportagem deve ser bem representativa da temática abordada.
A foto de abertura de uma reportagem deve ser bem representativa da temática abordada.

Uma frase de destaque é bem-vinda. Por exemplo: um elogio para a cidade de Holambra cai muito bem, pois de fato a cidade é bastante acolhedora e repleta de atrativos para que curte MP Lafer.

Destaque quem colabora com o site desde sempre

Aqui, vale um agradecimento para o Gilberto Martines, que é apaixonado por MP Lafer e sempre prestigia os eventos do Clube do MP. Os relatos dele são bem descritivos, como se fosse um diário de bordo. Aí pede-se que o leitor acompanhe tudo atentamente, em itálico, pois o texto do Giba vai em modo convencional.

Como já é de costume, gostaria de deixar um breve relado de como foi o 26° Passeio Anual do Clube MP Lafer Brasil. Posso dizer que sou um dos poucos sócios que teve o privilégio de participar de todos os encontros anuais. Desde o primeiro até hoje venho fazendo relatos desses passeios e procuro descrever brevemente o que ocorreu, dando a oportunidade para aqueles, que não puderam comparecer, de terem uma ideia do que aconteceu.

Sempre espero com ansiedade o mês de março, quando é divulgado no nosso site mplafer.net a cidade e a data escolhida para o nosso encontro anual. Geralmente o mês escolhido é abril, mês em que o MP Lafer foi lançado em 1974. A escolha da cidade é sempre feita de forma criteriosa, tendo que ser uma cidade não muito longe da capital de São Paulo, ter local para receber cerca de 50 carros, oferecer estrutura de hospedagem, alimentação e divertimento para esse grande grupo.

Neste ano de 2023 o passeio foi marcado para o mês de maio, entre os dias 06 e 07. A cidade escolhida foi a de Holambra, conhecida como a Capital das Flores, localizada nas proximidades da cidade de Campinas, mais precisamente a 130 quilômetros de São Paulo. Nosso grupo já visitou essa cidade em 2016 e agora retornamos.

Apesar de o encontro ser realizado no sábado e domingo, um grupo resolveu sair de São Paulo na sexta-feira, uns de manhã e outros à tarde, assim poderíamos desfrutar um pouco mais do que a cidade tem para oferecer.  Saímos em três casais na sexta-feira cedo. Marcamos para sair do posto BR da Rodovia dos Bandeirantes, km 28, e por volta das 12:30 horas já estávamos em Holambra, fomos almoçar no restaurante Clube Fazenda Ribeirão, onde encontramos mais um casal de amigos.

Após o almoço resolvemos ir para a pousada onde fizemos nossas reservas. Ao chegarmos lá, para a nossa surpresa o local estava em reforma e não fomos avisados. Estávamos em sete casais e resolvemos não ficar hospedados ali. Fomos procurar um hotel e por sorte encontramos o Villa de Holanda Parque Hotel, onde conseguimos vagas para todos os casais. Então, fomos para a beira da piscina, conversamos e demos muitas risadas até a hora do jantar.

No sábado cedo, após o café da manhã, fomos para o centro de Holambra, mais precisamente no estacionamento da Prefeitura, local reservado para a exposição dos nossos carros. Aos poucos iam chegando os MPs, próximo das 12 horas estavam presentes 49 carros, número bastante expressivo e como eu sempre digo: é muito gostoso ver esses carrinhos reunidos, colorindo a cidade, rever os amigos, jogar conversa fora e conhecer novos laferistas entusiasmados com seus brinquedinhos.

É bom dar uma quebrada no texto, senão algumas pessoas desistem de ler por acharem muito comprido.
É bom dar uma quebrada no texto, senão algumas pessoas desistem de ler por acharem muito comprido.

Tivemos pessoas que vieram de longe para prestigiar o nosso encontro. Conheci o senhor Santana e sua esposa Terumi, que vieram do Paraná com o seu MP Lafer azul de grade personalizada fundida em latão e cromada. O casal, de uma simpatia enorme, participa do MP Lafer Auto Clube do Paraná. 

Da cidade de Assis veio o Giba, meu xará, com o seu MP branco. Ele percorreu mais de 450 quilômetros em seu primeiro ano como participante. De Andradina o nosso diretor Romeu Nardini veio para São Paulo de ônibus e compareceu ao nosso evento com um MP Lafer amarelo emprestado pelo nosso amigo Airton. Já o Nelson veio de Birigui, também distante 450 quilômetros. 

O Senhor Jovino veio de Salvador com sete MPs em uma cegonheira. Na verdade, esses carros ficam guardados na cidade de Itobi, no interior paulista, e foram adquiridos do nosso amigo Reinaldo Keller, de Socorro, que tinha nove MPs e ficou com apenas dois.

A maioria dos participantes são de São Paulo e regiões próximas como Jundiaí, Campinas e São Bernardo do Campo. O local do almoço ficou a critério de cada um. Fomos almoçar no restaurante Casa Bela, muito bom, por sinal. Os carros ficaram expostos até as 17 horas.

Mais um descanso para alegrar os olhos de quem lê, dar uma respirada e voltar para as palavras.
Mais um descanso para alegrar os olhos de quem lê, dar uma respirada e voltar para as palavras.

Retornamos para o hotel, demos um mergulho na piscina e tomamos um banho quente merecido. Combinamos de ir jantar no restaurante Lago do Holandês, um lugar espetacular as margens de um lago na Avenida das Tulipas: espaço aconchegante com um visual incrível. Também fomos em oito casais para o centrinho, saborear uma sobremesa, e retornamos para o hotel para o descanso.

Domingo, após o café da manhã, nos reunimos novamente no estacionamento da Prefeitura, onde estavam presentes mais alguns carros que vieram somente no domingo. Nesta manhã contamos com a presença do nosso amigo Toninho da Tony-Car, que procura estar sempre em todos os nossos eventos. 

Por volta das 10 horas saímos em carreata passando pelas principais ruas de Holambra. Antes da saída foi instalada uma caixa de som para o nosso presidente Walter Arruda fazer alguns agradecimentos e passar algumas informações. Em seguida o Jean Tosetto também fez uso da palavra, antes dos motores serem ligados para o City Tour.

Ao final do passeio, ficou a critério de cada um fazer o que bem quisesse, eu voltei para o hotel, fiz meu checkout, voltei para cidade, almoçamos e retornamos para São Paulo.

Foi um final de semana muito gostoso, junto de amigos, com bom papo, boas comidas, cidade boa tudo em paz. Quero agradecer ao Walter, Romeu e Jean pela organização do encontro e vamos aguardar o próximo. Um grande abraço para todos os laferistas e que o ano que vem possamos estar todos juntos novamente, para o 27° encontro.

Imagens complementares

Como nem todas as imagens selecionadas cabem no miolo do texto, podemos deixar elas em sequência posterior, com legendas ora descritivas, ora criativas.

Walter Arruda recepciona um proprietário de MP Lafer em Holambra.
Walter Arruda recepciona um proprietário de MP Lafer em Holambra.

Uma fila de MPs com destaque para o carro que veio de Curitiba, capital do Paraná.
Uma fila de MPs com destaque para o carro que veio de Curitiba, capital do Paraná.

Membros do Clube MP Lafer Brasil posam para foto diante do totem da Prefeitura de Holambra.
Membros do Clube MP Lafer Brasil posam para foto diante do totem da Prefeitura de Holambra.

Da esquerda para a direita: Patrícia e Thiago Cabral, Ivone e Miguel Esperança (vice-prefeito de Holambra), Walter Arruda e Romeu Nardini.
Da esquerda para a direita: Patrícia e Thiago Cabral, Ivone e Miguel Esperança (vice-prefeito de Holambra), Walter Arruda e Romeu Nardini.

Uma bela perspectiva de MPs diante do Espaço Cidadão de Holambra.
Uma bela perspectiva de MPs diante do Espaço Cidadão de Holambra.

Um MG-B ao lado de um MP Lafer Ti.
Um MG-B ao lado de um MP Lafer Ti.

O MP Lafer do João Cigano, com capota original de fábrica.
O MP Lafer do João Cigano, com capota original de fábrica.

Uma visão geral dos MPs no estacionamento da Prefeitura de Holambra.
Uma visão geral dos MPs no estacionamento da Prefeitura de Holambra.

As cores dos MPs se misturam com o verde da Cidade das Flores.
As cores dos MPs se misturam com o verde da Cidade das Flores.

Somando os dois dias do evento, ao todo 53 MPs compareceram ao encontro de Holambra em 2023.
Somando os dois dias do evento, ao todo 53 MPs compareceram ao encontro de Holambra em 2023.

Esta é uma daquelas imagens que poderia virar cartão postal, se isso não fosse coisa de museu.
Esta é uma daquelas imagens que poderia virar cartão postal, se isso não fosse coisa de museu.

O Fiat Topolino 1948 do Ivan Pezzoto Júnior.
O Fiat Topolino 1948 do Ivan Pezzoto Júnior.

As camisas do Clube MP Lafer Brasil e do MP Lafer Auto Clube do Paraná na mesma foto: Romeu, Walter, Pedro e Terumi Santana.
As camisas do Clube MP Lafer Brasil e do MP Lafer Auto Clube do Paraná na mesma foto: Romeu, Walter, Pedro e Terumi Santana.

Jovino e parte de sua coleção de MP Lafer.
Jovino e parte de sua coleção de MP Lafer.


O raríssimo MP Lafer de seis rodas do Reinaldo Keller.
O raríssimo MP Lafer de seis rodas do Reinaldo Keller.

Instagram

Essa rede social invadiu a preferência dos usuários. Então, uma referência neste sentido não pode ficar de fora, pois algumas pessoas gostam de seguir quem fala dos assuntos favoritos delas.

YouTube

Na verdade, o YouTube ajudou a acabar com muitos sites e blogs. Ler? Escrever? Isso é coisa do passado para muito gente. Então, um vídeo para ver e ouvir cai bem.

É de bom tom dar espaço para outras pessoas que também cobriram o evento. Para descrever o vídeo a seguir, vale recuperar o que foi mencionado no Twitter:

"O canal Magrelo Filmes fez um belo registro do 26º Encontro do Clube MP Lafer Brasil, realizado em Holambra/SP, entre os dias 6 e 7 de maio de 2023. Uma edição ágil, com imagens aéreas e entrevistas com alguns participantes. Para ver e rever sem moderação."

Como a Internet é elástica, sempre dá para incluir mais gente que merece um lugar ao sol:

"Mais encontro do MP! Conhecemos o Jones Cesar nas alamedas de Holambra. Ele trabalha como fotógrafo na cidade, atendendo aos turistas nos fins de semana e produzindo ensaios para famílias, noivos e grávidas. Quando visitar a cidade, prestigie seu trabalho."

Veja também

Aqui, no final da matéria, damos a chance para os leitores seguirem conosco, visitando nosso conteúdo ou conhecendo o conteúdo de terceiros. Por exemplo:

"O Casal Barenco cuida do site Maxicar como se fosse um filhão. Eles dão espaço e carinho para todos os clubes e eventos sobre carros antigos do Brasil. Não seria diferente com a cobertura do encontro de MP Lafer em Holambra. Confira e deixe seu comentário!"

Visite o site Maxicar para saber mais sobre o encontro do MP Lafer em Holambra 2023

Deixe as pessoas saberem como o evento foi divulgado e como foram algumas edições anteriores.

A carta convite do Clube

XXV Encontro Nacional do MP Lafer - Águas de Lindóia 2022

20º Passeio do MP Lafer - Holambra 2016


Vivalendo.com recomenda

Como ninguém é de ferro e saco vazio não para de pé, cabe apelar para o bom senso das pessoas que visitam os sites ou blogs, e sabem que o tempo que leva para editá-los é considerável. Então, se elas quiserem, podem comprar o livro do MP Lafer e ajudar a manter as coisas funcionando. Não que isso vá resolver a vida do autor, mas que dará uma grande satisfação para ele, ah, isso vai!


Clube MP Lafer Brasil convida: Holambra 2023

Chamada para o encontro do MP Lafer em Holambra: arte digital elaborada com auxílio de inteligência artificial (Craiyon.com).
Chamada para o encontro do MP Lafer em Holambra: arte digital elaborada com auxílio de inteligência artificial (Craiyon.com).

26º Encontro do MP Lafer

Bom dia amigo Laferista,

Vamos baixar a capota de nossos carros, desfrutar de todo o prazer que ele nos oferece e aproveitar para reencontrar os amigos.

O encontro deste ano será na bela cidade de Holambra, onde já estivemos há sete anos.

Vamos passar um ótimo fim-de-semana com nossos familiares e amigos.

Data: 06 e 07 de maio de 2023 (sábado e domingo)

Todos deverão estar a partir das 10:00 horas do sábado, dia 6, no estacionamento da Prefeitura situado na Alameda Maurício de Nassau (a mesma da Expoflora), esquina com a Rua Inácio Fonseca (entrar pelo portal do Moinho, distante aproximadamente 300 metros), sendo que o estacionamento ficará fechado para o nosso Clube.

Nosso almoço nesse dia será em restaurante self-service muito próximo do local.

Como a cidade é muito agradável, aproveite a oportunidade e fique com a família em um dos vários hotéis e pousadas lá existentes já a partir da sexta-feira, dia 05.

Seguem abaixo algumas sugestões de hotéis:

Hotel Pousada Europa: (19) 99886 3297 – hotel@pousadaeuropa.com.br

Parque Hotel Vila de Holanda: (19) 99129 7689 – parquehotel@viladeholanda.com.br

1948 Hotel: (11) 96907 4009 – reservas@hotel1948.com.br

Holambra Garden Hotel: (19) 97110 6263 – contato@holambragardenhotel.com

No domingo às 10:00 horas, haverá uma carreata nos pontos principais na cidade, saindo do estacionamento da Prefeitura.

Vá uniformizado e não deixe de revisar seu carro para não estragar sua viagem.

Até lá!

Walter Barboza de Arruda - Presidente - (11) 97122 6260 - walter.mplafer@uol.com.br

Romeu Nardini - Diretor - (11) 99154 4536 - meco98@uol.com.br

 

Cartaz promocional do XXVI Encontro do MP Lafer - Holambra 2023. Compartilhe sem moderação!
Cartaz promocional do XXVI Encontro do MP Lafer - Holambra 2023. Compartilhe sem moderação!


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O ChatGPT e o MP Lafer

Visão romantizada ao volante de um MP Lafer.
Visão romantizada ao volante de um MP Lafer.

No segundo semestre de 2019, notícias davam conta de um surto de Coronavírus numa cidade chinesa. A princípio, poucos deram atenção para o assunto, distante demais para preocupar as pessoas do Ocidente. Mas em fevereiro de 2020 a Pandemia da Covid-19 já havia se instalado em todos os continentes. O mundo jamais seria o mesmo.

No segundo semestre de 2022, notícias davam conta de um novo aplicativo de inteligência artificial, capaz de elaborar textos automaticamente a partir de solicitações feitas por um ser humano. "Coisa de nerd" - pensaram. Milhares de pessoas desempregadas por empresas produtoras de conteúdo depois, em fevereiro de 2023 o assombro do ChatGPT já tomava conta de muitos. Parece que o mundo jamais será o mesmo.

Nós testamos a ferramenta e compartilhamos o resultado com vocês. Eis a nossa proposição:

O MP Lafer é um carro esportivo brasileiro de linhas clássicas, conversível. Desenvolva uma narrativa a respeito de um homem de 47 anos que, depois de algumas semanas sem ligar o motor boxer, resolveu fazer um passeio noturno com seu MP Lafer, para espairecer. Descreva o prazer dele na interação com o carro e com a estrada deserta e sinuosa, com o vento a lhe tirar as preocupações da mente.

Eis a resposta do ChatGPT:

"Era uma noite quente e estrelada quando o homem de 47 anos decidiu que era hora de dar um passeio com seu MP Lafer. O carro esportivo brasileiro, com suas linhas clássicas e conversível, estava guardado há algumas semanas, e ele sentia falta da sensação de liberdade que vinha com a condução do veículo.

Com a chave na ignição, ele girou o motor boxer, sentindo a vibração característica do motor que só quem é apaixonado por carros entende. O som do motor era música para os seus ouvidos e o cheiro da gasolina e do óleo invadiam o ar. Era uma sensação indescritível de emoção e adrenalina.

Ele ajustou o retrovisor, colocou os óculos de sol e deu partida. A estrada deserta e sinuosa parecia convidá-lo a acelerar, e ele não resistiu. O vento batia em seu rosto e desarrumava seus cabelos, mas isso só o deixava mais animado. A sensação de liberdade era inebriante.

O homem dirigia com habilidade, mudando de marcha suavemente enquanto deslizava pelas curvas da estrada. Ele se sentia vivo, livre de preocupações e estresses do dia a dia. A cada curva, ele sentia a adrenalina aumentar, a sensação de velocidade e a liberdade de estar no controle.

À medida que a noite avançava, o céu se tornava mais escuro e as estrelas mais brilhantes. O homem continuou dirigindo, perdido em seus pensamentos, com o vento a lhe tirar as preocupações da mente. Ele sentia-se em paz e feliz, apreciando a sensação de estar vivo.

Quando finalmente decidiu voltar para casa, sentia-se revigorado e com um sorriso no rosto. O passeio noturno com seu MP Lafer havia sido exatamente o que ele precisava para espairecer. A interação com o carro e a estrada haviam proporcionado um prazer indescritível, uma sensação de liberdade e paz interior. Ele sabia que precisava fazer isso mais vezes."

Nosso parecer:

A inteligência artificial já é capaz de escrever um texto que um aluno do colegial, depois de três meses de férias, poderia elaborar a pedido da professora de Língua Portuguesa. Porém, ela ainda não sabe que não se usa óculos de sol numa noite estrelada. Ou seja: ainda há muito para evoluir.

A questão é que as máquinas parecem aprender rapidamente com os seres humanos. Será que nós conseguimos aprender na mesma velocidade com as máquinas? Muito provavelmente, não. Então, é de bom tom agir com moderação. Entre o assombro pela nova ferramenta e a necessidade de compreender mundo por nós mesmos, fiquemos com a segunda opção.

* * *

Passados alguns minutos após a publicação acima, tivemos a ideia de fazer uma proposição mais simples e direta, e mais desafiadora também:

Conte a história do MP Lafer.

Está sentado e bem acomodado? Segure-se bem na poltrona com a resposta do ChatGPT. Alerta de spoiler: em letras azuis, segue o que é plausível e aceitável; pois em vermelho segue o que é incorreto.

"A história do MP Lafer começa em 1974, quando o engenheiro mecânico Mário César de Camargo Filho decidiu criar um carro esportivo conversível brasileiro. Na época, o mercado automotivo do país era dominado por modelos estrangeiros, e Mário queria oferecer algo diferente, um veículo nacional com design exclusivo.

Com isso em mente, ele fundou a empresa Lafer Engenharia e Projetos e começou a trabalhar no protótipo do carro. O MP Lafer foi inspirado em modelos clássicos como o MG TD e o Morgan Plus 4, mas com um toque brasileiro. O nome "MP" era uma homenagem ao próprio Mário César de Camargo e a seu pai, Mário de Camargo.

O MP Lafer foi lançado em 1974, inicialmente como um kit que os proprietários poderiam montar em casa. O modelo era baseado em um chassi Volkswagen, com motor e transmissão do Fusca. O design era elegante e clássico, com linhas suaves e arredondadas e uma capota de lona retrátil.

O carro fez sucesso imediato no mercado brasileiro e rapidamente se tornou um ícone. O MP Lafer era visto como um carro exclusivo, elegante e divertido de dirigir. Era um veículo para pessoas que queriam se destacar da multidão e que apreciavam um design diferenciado.

Com o tempo, a Lafer Engenharia e Projetos expandiu sua linha de produtos, oferecendo outras opções de modelos, como o MP Lafer 4x4 e o MP Lafer Eletric. A empresa também exportou o carro para outros países, como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra e Austrália.

Hoje em dia, o MP Lafer é considerado um carro clássico e vintage, um símbolo da engenharia brasileira. Muitos entusiastas ainda mantêm seus carros em perfeito estado de conservação e participam de eventos e encontros de carros antigos. O MP Lafer é um verdadeiro ícone do mercado automotivo brasileiro e um exemplo de sucesso empresarial e inovação."

Nosso novo parecer:

O ChatGPT consegue escrever textos gramaticalmente corretos e numa linguagem aparentemente verossímil, que induz o leitor a acreditar no conteúdo apresentado. Entretanto, neste caso, ficou evidente que o programa foi incapaz de contar a história do MP Lafer com dados efetivos.

Embora a  produção do MP Lafer tenha se iniciado em 1974, o primeiro protótipo foi apresentado ainda em 1972. Pesquisamos o nome de Mário César de Camargo Filho no Google, pois sabemos que ele não tem relação alguma com o advento do MP Lafer e que não fundou nenhuma Lafer Engenharia e Projetos. De acordo o site AutoEntusiastas, o Marinho, como era conhecido, foi um piloto brasileiro que se destacou na década de 1960, pilotando carros da DKW-Vemag, incluindo o GT Malzoni, tendo sido um dos fundadores da Lumimari em 1964, que se converteu em Puma Veículos e Motores em 1966. Ele faleceu em janeiro de 2020.

Logo, "MP" não era uma homenagem ao seu próprio nome, embora o MP Lafer tenha realmente se inspirado no modelo MG TD, que é parecido com o Morgan Plus 4. O mercado brasileiro de 1974, porém, era dominado por veículos produzidos no Brasil mesmo, cujas principais marcas eram a Volkswagen, a Ford e a GM.

O ChatGPT acertou que o MP Lafer foi exportado para outros países, mas é falso que a Lafer tenha desenvolvido as versões 4x4 e elétrica do modelo. E, ao contrário do que o texto robotizado afirma, o MP Lafer não foi lançado como kit, dado que foi um automóvel produzido completamente por duas fábricas, com a VW fornecendo o chassi e o motor, e a Lafer complementando com a carroceria e os acabamentos interiores. Ou seja: o brasileiro poderia comprar o carro zero quilômetro, numa concessionária. Apenas para os Estados Unidos, a exportação do modelo era feita em forma de kit, com a montagem sobre o chassi e o motor renovado de Fuscas sendo realizada em solo norte-americano.

Enfim, não podemos confiar piamente no conteúdo produzido pelo ChatGPT. Para algumas questões, amplamente realizadas pelas pessoas e com vasto conteúdo já disponível na Internet, o robô pode conseguir bons resultados. No entanto, para temas pouco explorados e com pouca informação já publicada, não há máquina que faça milagre, embora possa produzir fake news e bons causos.

Conclusão: pelo menos por algum tempo a intervenção dos seres humanos na produção de conteúdos ainda será necessária.

Em tempo, a história do MP Lafer está contada em linhas breves no link a seguir:

Liberdade em versão brasileira

Veja também:

MP Lafer com motor elétrico que emite sons de Jazz

A escapada vespertina

A saudade também viaja de carro

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Feliz Natal e Próspero 2023!

Quadro decorativo com imagem de automóvel em alto relevo.
Quadro decorativo com imagem de automóvel em alto relevo.

NATAL NO CIRCUITO DAS ÁGUAS

A empresa onde ele presta serviços comunicou férias coletivas, faltando alguns dias para o Natal. O corte na sua rotina atribulada o deixou com a sensação de ser um inútil. Nem tempo para programar uma viagem com a família ele teve. Agora, os principais destinos turísticos estão lotados e as vagas remanescentes estão muito caras. Mais um ano desse jeito e parece que ele não aprende.

- Precisamos sair para comprar os presentes - ele disse para a esposa.

- De que jeito? - Ela respondeu. A filha deles estava com uma febre intermitente que não passava há alguns dias. Nada nos exames de urina e sangue. Nada nos pulmões. Uma virose, para variar. Criança em idade escolar é assim mesmo.

- Então deixa que eu faço isso. Preciso colocar o carro velho para rodar.

Carro velho, sim, um calhambeque com a pintura craquelada, os cromados ficando opacos e as rodas precisando de um polimento. Mas a mecânica está em dia. O câmbio e as suspensões também. Então, ele abre o capô e gira a chave geral da bateria para baixo, até dar contato. Depois se acomoda no banco de courvin, dá três bombadas no pedal do acelerador. Solta o freio de mão. Desce do carro e empurra ele um palmo para trás, para destravar as rodas e acordar o platinado. Volta. Gira a chave do painel com o pé embaixo. O motor pega de primeira, mas dá uma tossida, uma pigarreada. Nada que umas bombadas no acelerador não resolva. Subitamente, o motor se enche de gás e solta seu ronco sem piedade. Ele olha pelo retrovisor e percebe que o portão ainda está fechado. Aperta o botão do controle remoto. A cortina metálica da sua casa se abre e começa o espetáculo.

Em poucas quadras ele acessa a rodovia e liga o som, sintonizando a Rádio Cultura Municipal de Amparo. O locutor informa que o vereador assim assado está propondo um projeto de lei assim assado e na sequência toca uma canção natalina e aveludada de Michael Bublé. Ele nem mora em Amparo, mas sabe que a rua do bairro assim assado será asfaltada, pois gosta de música instrumental também, dessas que tem saxofone, contrabaixo, piano e melodia, principalmente melodia. Isso ajuda na estrada.

Nos arredores de Itapira, a paisagem rural, mesclada com os contrafortes da Serra da Mantiqueira ao fundo, o fez lamentar por não ter trazido sua câmera fotográfica. Foto de celular não vale. Mas esta constatação foi interrompida pela sensação da bexiga lhe apertando.

"Punta de la miercoles, envelhecer é uma boshta, mesmo!" - Ele pensou.

Estacionou o carro perto de uma moita no acostamento, que não era muito alta. O vento refrescou suas partes íntimas assim que baixou a braguilha, mas fez os respingos atingirem suas calças. Uma caminhonete passou perto e o carona gritou:

- Mijão!

Ele deu tanta risada que a urina respingou também em seus sapatos. Aos menos estava curado de um trauma de infância. Quando garoto, o Passat de seu pai teve um pneu furado numa viagem em família. Tiveram que colocar as malas para o chão para acessar o estepe. A pista tinha um leve aclive e o acostamento contava com guia e sarjeta naquele ponto. O moleque escolheu o lado de cima para fazer xixi. O riozinho amarelo foi em direção às malas. Correram para tirá-las dali. A bronca foi homérica, de virar a orelha do avesso. O coitado ficou vários anos sem se aliviar na beira da estrada.

Também na beira da estrada principal ele avistou o acesso para o bairro da Ponte Nova, que agora tem uma ponte nova de fato, cujos caminhos vicinais são mais tranquilos e encurtam a viagem até Águas de Lindóia. Ante de chegar, deu tempo de responder ao cumprimento do autêntico capiau com uma enxada sobre o ombro direito, puxando o cavalo com a outra mão, sob seu chapéu de palha. No interior é assim, você se sente em casa, mesmo estando longe dela. Vai desviando das galinhas caipiras que cruzam na sua frente, como se fossem estudantes caminhando nos arredores das escolas particulares, com seus celulares e fones de ouvido.

Ele estaciona seu carro velho perto do Hotel Monte Real. Ao lado tem um bosque que liga a parte baixa à parte alta da cidade. Nas suas alamedas funciona uma feira de artesanato. O primeiro pensamento é sobre sua filha:

"O que posso dar para ela, se ela já tem tudo que precisa?"

Então conclui que quem mais precisa é a senhora da barraca de bordados: ela precisa vender bem nesta época do ano e garantir uma folga para as contas que chegam em janeiro.

- Quanto custa essa boneca de pano?

Ele sabe que logo a boneca será esquecida no alto do armário, mas a ternura desenhada no rosto do brinquedo fará sua filha sorrir quando desembrulhar o pacote.

"Feito. Agora precisamos cuidar do afilhado. Moleque gosta de carrinho." - E logo ele se deparou com um tabuleiro repleto de carrinhos de madeira envernizada, um deles muito parecido com o próprio conversível estacionado lá em baixo.

O joelho esquerdo começou a falsear naqueles degraus de pedras margeando árvores frondosas. De repente a perna estalou e o incômodo foi embora.

"Punta de la miercoles, envelhecer é uma boshta, mesmo!"

Depois de providenciar os presentes dos mais jovens da família, ele se voltou para os mais velhos. Lembrou que Monte Sião, nas Minas Gerais, era ali pertinho e que tinha várias lojas de tricô. As mulheres adoram blusas de tricô. Não tem como errar. Para não criar birra com a esposa, ele decidiu dar uma malha para sua mãe e outra parecida para sua sogra. Por sorte, as duas são esbeltas, com alturas semelhantes - o que facilita a escolha.

"Se elas quiserem trocar as blusas, terei que trazê-las aqui pessoalmente, mas vou correr o risco." - Matutou, enquanto caminhava pela praça repleta de murtas esculpidas por tesouras, formando imagens variadas em torno de um coreto, diante da Igreja Matriz onde o pipoqueiro e o vendedor de algodão doce ganham a vida. De relance, teve a convicção de ter visto uma amigo de longa data saindo de trás de um daqueles arbustos, para desaparecer atrás de outro. Foi em busca dele, sem sucesso, e concluiu que nesta época do ano os fantasmas do passado aparecem com mais frequência. Aquele saudoso amigo era um deles ou apenas alguém muito parecido.

O sol a pino lhe deu sede e a fome trouxe em sua memória aquele dia onde almoçou no restaurante de uma fazenda. O sanduíche de salame, ricota, folhas de rúcula e tomates secos, temperado com mel, orégano e azeite num pão de casca grossa, despertou a vontade de voltar para o Estado de São Paulo. O centro de Serra Negra estava congestionado e o jeito foi deixar o carro numa vila e dar umas pernadas, até sentir o cheiro de pasteis sendo fritos na varanda de um sobrado, de frente para a calçada. 

- Quero um pastel de banana com queijo. Capricha no pó de canela, por favor.

O caldo de cana com suco de limão e raspas de gengibre completou a refeição, feita de pé, ali mesmo, vendo as pessoas caminharem com suas sacolas de compras. O trenzinho, pintado com personagens da Disney brincando com a Turma da Mônica, buzinou. A crianças nos colos de seus pais acenavam como se tivessem vencido uma Copa do Mundo. Ele se lamentou por não ter insistido para sua esposa estar junto. Mas quem ficaria com a filha adoentada em casa?

"Ela merece um presente chique" - Concluiu. E avistou, numa vitrine, uma bolsa de couro com fecho dourado. Quase comprou também uma jaqueta de motociclista, mas desistiu, por não ter moto na garagem. Ao ver seu reflexo naquela vitrine, reparou em seu estômago ficando saliente, em suas olheiras irreversíveis e em sua barba rala, salpicada de pelos brancos que há pouco tempo eram ruivos. Aquela jaqueta apenas o deixaria com cara de tiozão, resignou-se.

Para não passar recibo de tiozão, evitou devolver o sorriso para as meninas que cruzaram seu caminho naquela calçada. As jovens não estavam ali só para fazer compras, mas para conhecer gente nova. É isso que leva as pessoas para as ruas, também. Então, ele colocou suas mãos nos bolsos ao se dar conta de que não estava usando aliança.

"Preciso levar a aliança para alargar. Até meus dedos engordaram um pouco." - E se conformou ao se iludir que, se aquelas garotas repararam nele, era sinal de que ainda tinha um pouco de charme diluído em seu metro e oitenta de altura e olhos cor de oliva. Ou quem sabe foi apenas uma coincidência e elas estavam rindo de outra coisa: da sua aparência de tiozão deslocado, por exemplo.

Voltou para seu carro. Decidiu ir para Monte Alegra do Sul pelo caminho da serrinha. Seis quilômetros de puro êxtase. Curva para a direita. Redução de quarta para terceira marcha. A mão direita fica sobre a alavanca de câmbio. A mão esquerda controla a direção. O pé esquerdo dosa o contato com o pedal da embreagem. O pé direito se alterna entre o freio e o acelerador. Retomada numa pequena reta. Quarta marcha. Já reduz antes de entrar na curva para a esquerda. Faz o punta-taco. Pé direito sobre o pedal do freio e o acelerador ao mesmo tempo. Alivia o pé esquerdo da embreagem. O carro dá uma estilingada para frente e ameaça escapar na saída da curva, pela tangente. É preciso corrigir a manobra no volante, com viradas intermitentes para o centro da curva. A traseira quase escapa. A luz do sol pisca entre as copas dos eucaliptos. A cabeça se inclina para fora da janela lateral. O pescoço fica enrijecido. A ventania enxagua as orelhas com aquele cheiro de pinho, anestesiando os urros do motor. Mais ninguém ali naquela estrada. Só um homem de meia idade e seu carro velho. A sensação de liberdade e de plenitude num momento fugaz.

Então, surge um sedan bem mais lento na frente. Nada de ultrapassagem. É preciso deixar a adrenalina baixar e agradecer por não estar fazendo compras de Natal num shopping-center lotado. Fila para entrar no estacionamento. Fila para validar o cartão. Fila para experimentar a roupa no provador. Fila no caixa da loja de departamentos. Fila para sentar na mesa do restaurante. Fora a fila do banheiro feminino, que maltrata a esposa e faz o marido esperar também. Como era bom fugir daquilo tudo e dar o suado dinheiro para pessoas diferentes, em lugares diferentes.

Ao passar por um oratório na beira do caminho, ele agradeceu por não ser mais um naquela multidão de outrora. Ao chegar numa encruzilhada, tentou se orientar para escolher a rota certa até aquela adega que visitou quando ainda era solteiro. Decidiu dar uma garrafa de vinho tinto seco para seu pai e vinho tinto suave para seu sogro, em consonância com suas respectivas personalidades. Tudo bem que não era um vinho chileno ou argentino, mas era um vinho bom, daqueles que você não encontra em supermercados.

Ainda na saída de Monte Alegre do Sul, percebeu que precisava abastecer o carro. Parou no posto que fica perto do portal principal da pequena cidade. Um garotinho no carro ao lado apontou o dedo e sorriu:

- Olha que carro legal, papai!

Pai e filho se aproximaram, enquanto o frentista procurava pelo bocal do tanque de gasolina. O dono do carro antigo e exótico desceu para abrir o capô, onde fica o tanque, e deixou a porta aberta, falando diretamente ao menino:

- Pode sentar.

- Você não tem ciúmes do carro? - O pai indagou.

- Só da minha patroa. - Respondeu. Notando que o pai sacara o celular do bolso, se ofereceu para tirar uma foto dele com seu filho a bordo de um carro tão diferente.

Aquelas interações com desconhecidos o faziam se sentir mais humano e menos egoísta. Na volta para casa fez uma parada em Pedreira, para tomar um cappuccino e saborear um porção de crostoli, no Circolo Italiano, onde fica o Café da Santa, nas margens do Rio Jaguari. Ficou observando o lento curso das águas, como se fosse a própria vida escorrendo por uma ampulheta. O dono do bar não estava lá e ficou sem o abraço do cliente fiel, quem sabe um amigo.

Pedreira já foi notória por suas porcelanas, mas tornou-se também um polo de artefatos de decoração. Faltava comprar o presente para a irmã. Ele escolheu um moedor manual de grãos de café torrado, com uma cuba de latão sobre uma caixeta de madeira e uma gavetinha para tirar o pó. Na mesma loja viu um quadro de MDF, com o desenho de um Alfa Romeo dos anos de 1930, recortado numa camada adicional para se destacar do cenário de largada de uma prova de regularidade. O bólido vermelho parecia com o próprio carro, de modo que aquela foi a última compra do dia. Para ele mesmo, afinal de contas, ele merecia.

Antes de voltar para a própria cidade, fez uma barriga para passear por Holambra, já ao anoitecer. A cidade turística estava enfeitada com luzes em seus prédios típicos e nas árvores de suas ruas largas, que margeiam lagoas. O trânsito estava lento, pois muitas pessoas caminhavam pelas atrações do lugar, em grandes grupos. Tios, primos, avós, amigos, casais de namorados. Todos atraídos pelas luzes de Natal, querendo extrair do ambiente aquele sentimento de esperança que faz cada um acreditar que o ano que vem será melhor, pois cada um precisa ser melhor também.

Naquele instante, sozinho a bordo de seu carro de Papai Noel, sentiu-se ele mesmo como um fantasma de Natal, não querendo chamar a atenção dos outros. Sentiu falta de sua esposa e de sua filha. Queria estar lá com elas e compreendeu o quanto as amava. Queria, novamente, ser mais um na multidão. Ele não nos deixou mais o acompanhar na sua jornada. Interrompeu a conexão que transmitia sons, imagens e pensamentos para o narrador deste conto e foi-se embora, não se sabe por onde.

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Um Natal a bordo do MP Lafer

A escolha do Papai Noel

Carro na estrada para Monte Alegre do Sul

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