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O MP Lafer 1974, Jean Tosetto e Miro Dudek diante da casa onde nasceu o site mplafer.net em agosto de 2001. |
O MP Lafer não leva apenas duas pessoas em seus assentos, mas incontáveis entusiastas que vencem o tempo e a distância para celebrar o melhor da vida.
Chega, já falei demais sobre mim mesmo. Agora preciso contar sobre o Miro Dudek. Ele nasceu na Polônia, mas aos 9 anos de idade se mudou com os pais para a Alemanha. Lá ele cursou o que nós chamamos de SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial). Ainda bem jovem, ele ingressou nas fileiras da Volkswagen, a maior fabricante de carros da Alemanha e uma das maiores do mundo.
Tenho razões para acreditar que ele foi um bom profissional, pois a Volkswagen o selecionou para uma bolsa de estudos. Assim, no começo dos anos 2000, ele ingressou numa faculdade de engenharia. Vamos pular para 2008, se me lembro bem. Foi quando ele conheceu a Iracema numa festa. Ela é brasileira, mas estava na Alemanha estudando Medicina. Desde então, o contato pela Internet evoluiu até o casamento.
Desejando aprender português e viver uma experiência diferente, o Miro pediu para os seus superiores a oportunidade de passar um tempo trabalhando no Brasil. Logo, ele deve ser bom no que faz, pois conseguiu o que queria. Veio para São Paulo em 2013.
Nesse período, um antigo professor da faculdade da Iracema, que mora no Maranhão (ela pode me corrigir se eu estiver errado) pediu para o Miro fazer algumas visitas na Tony-Car Restaurações de MP Lafer, de São Bernardo do Campo, para acompanhar um serviço em seu carro. Aí o Miro conheceu o Toninho e se apaixonou, não pelo Toninho, mas pelo MP Lafer. Ele comprou um exemplar de 1977.
Também nessa época o Miro e a Iracema fizeram amizade com os vizinhos Aurora e Manuel, que são mexicanos e também estavam vivendo temporariamente no Brasil. Eles criaram um laço de irmandade muito forte.
No final de 2015, a Iracema e o Miro voltaram para Kassel, na Alemanha. Foi quando a gente se conheceu, ao menos virtualmente. O Miro colocou seu MP Lafer num container e o despachou para a Europa. Publiquei as fotos desse evento no começo de 2016.
Aí, adivinha o que aconteceu? O Miro entrou em contato com o Ludwig Stolz, que em 2011 havia fundado o MP Lafer Germany, um tipo de associação para congregar os proprietários de MP Lafer na Alemanha, que aos poucos foi ganhando adeptos de outros países como Bélgica, Holanda, França, Itália e Bulgária.
Desde então, nossa correspondência nunca se interrompeu. O Miro tornou-se uma espécie de ponte cultural entre os laferistas do Brasil e da Europa. Sem a ajuda dele, vários registros dos encontros anuais do MP Lafer na Alemanha não teria sido feitos.
Agora, em 27 setembro de 2025, finalmente nos encontramos pessoalmente. A família Dudek, que AGORA inclui a pequena Maria Luisa, veio passar uns dias no Brasil para descansar e resolver alguns assuntos. Quem também resolveu voltar ao Brasil passar férias? A Aurora e o Manuel.
A gente se reuniu em casa para um almoço. A Renata, minha esposa, cuidou de tudo. A Carol, nossa filha, tocou um pouco de piano. Também convidei meus pais e a família da minha afilhada para a breve reunião que acabou se estendendo pela tarde inteira, pois no fim do dia fomos até a chácara dos meus pais tomar um café e, claro, dar uma volta de MP Lafer.
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Mexicanos, alemães e brasileiros reunidos por causa do MP Lafer. |
Deixei o Miro guiar o meu MP por alguns quilômetros, pelas estradas vicinais da região de Paulínia, onde ainda vou buscar um pouco de inspiração para as coisas que escrevo. O dia estava quase perfeito: temperatura amena, sem ventos fortes ou chuva. Pena que o motor Volkswagen do MP Lafer, sempre confiável, apresentou falhas de ignição em um dos pistões, quando se engatava a segunda marcha.
No dia seguinte, fucei nos cabos de vela e na tampa do platinado. Assim, meio sem querer, arrumei o tempo do motor na segunda marcha, mas aí o carro começou a pipocar em terceira. O motor só enchia plenamente na quarta-marcha. Vai entender o que o carro queria dizer para nós?
Talvez que a vida passa rápido e que as chances de celebrá-la não devem ser desperdiçadas, especialmente quando amigos que se tratam como irmãos que moram tão longe uns do outros.
Quando tivemos que nos despedir, embarguei o nó na garganta, para não perder a compostura. Afinal de contas, sou da safra de 1976 e o Miro é da safra de 1977. Não cai bem para homens da nossa geração demonstrar sintomas de saudade sobre um momento tão fugaz.
Bela história!!
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