Carros antigos em Piracicaba - 2014

O Engenho Central, nas margens do Rio Piracicaba, é um lugar de atmosfera ideal para um encontro de carros antigos.
Por Jean Tosetto

Neste domingo que passou (17 de agosto de 2014) a programação era seguir para Holambra, no interior de São Paulo, para acompanhar uma corrida de tratores. Terrão, motores cuspindo fumaça de óleo diesel, sol para rachar a cuca - um programa nada palatável para a esposa e a criança de apenas um aninho. Então resolvi mudar o script e levar minhas princesas para um lugar mais charmoso, de preferência que tivesse sombra e água fresca.

Em cima da hora avisei lá em casa: "Vamos para a Rua do Porto em Piracicaba". Chegando lá, um som mais do que agradável entorpeceu nossos ouvidos, misturado com o ruído gostoso das corredeiras do Rio Piracicaba. A música vinha da outra margem, lá do Engenho Central, onde acontecia o XV Encontro de Veículos Antigos de Piracicaba, organizado pelo CVAP

Confesso que não sabia de nada. Na verdade queria ficar um pouco longe desses carros antigos, mas eles me perseguem. Aí não teve jeito: tive que sacar a máquina e fotografar. Selecionei algumas imagens para os amigos do site mplafer.net - esperando que apreciem tanto quanto a Renata e a Carol, que me acompanharam neste delicioso passeio.

Este Chevelle 1968 estava impecável. As rodas raiadas não são originais, mas combinaram perfeitamente com o modelo.
Este Chevelle 1968 estava impecável. As rodas raiadas não são originais, mas combinaram perfeitamente com o modelo.

"O presidente João Goulart um dia falou na TV que a gente ia ter muita grana para fazer o que bem entender. Eu vi um futuro melhor no painel do meu Simca Chambord (1962)" - Camisa de Vênus.
"O presidente João Goulart um dia falou na TV que a gente ia ter muita grana para fazer o que bem entender. Eu vi um futuro melhor no painel do meu Simca Chambord (1962)" - Camisa de Vênus.

Essa árvore no Engenho Central de Piracicaba é um exemplo de perseverança. Alguém - ou algo - a quis derrubar, mas ela seguiu forte, encontrando um novo ponto de equilíbrio.
Essa árvore no Engenho Central de Piracicaba é um exemplo de perseverança. Alguém - ou algo - a quis derrubar, mas ela seguiu forte, encontrando um novo ponto de equilíbrio.

Sabem daquela brincadeira de dar um tapinha na cabeça do cara ao lado? É por causa de um Fusca azul como este daí.
Sabem daquela brincadeira de dar um tapinha na cabeça do cara ao lado? É por causa de um Fusca azul como este aí.

Esta Alfa Romeo Spider Duetto 1967 é tão linda que mereceu uma foto em preto e branco, logo depois da chuva que caiu em Piracicaba.
Esta Alfa Romeo Spider Duetto 1967 é tão linda que mereceu uma foto em preto e branco, logo depois da chuva que caiu em Piracicaba.

E esta máquina italiana conversível é tão bonita que mereceu outra foto, em versão colorida.
E esta máquina italiana conversível é tão bonita que mereceu outra foto, em versão colorida.

Antes de ir embora, uma última clicada neste Hot Rod com algum resquício de Ford 1929 e faixas brancas no rodado dianteiro, mescladas com a bandeira quadriculada em labareda na carroceria.
Antes de ir embora, uma última clicada neste Hot Rod com algum resquício de Ford 1929 e faixas brancas no rodado dianteiro, mescladas com a bandeira quadriculada em labareda na carroceria.

MPs em Piracicaba 2013

A ponte de ferro sobre o Rio Jaguari em Cosmópolis

A série "Hunting Roads" visita uma estrutura metálica centenária, que já serviu de ponte para uma ferrovia e hoje faz parte de uma estrada vicinal.


 Esta ponte de estrutura metálica fez parte da ferrovia da Cia. Carril Funilense, inaugurada em 1899, que partia do centro de Campinas e chegava onde hoje se situa o município de Cosmópolis. Quando os trens que recolhiam o café parou de circular no começo da década de 1960, a ponte foi adaptada para o uso de automóveis, sendo abandonada na virada do século. Dez anos depois, com a implantação da praça de pedágio na rodovia que liga Paulínia a Cosmópolis, a ponte foi reformada para funcionar como alternativa de ligação entre as cidades.
Esta ponte de estrutura metálica fez parte da ferrovia da Cia. Carril Funilense, inaugurada em 1899, que partia do centro de Campinas e chegava onde hoje se situa o município de Cosmópolis. Quando os trens que recolhiam o café parou de circular no começo da década de 1960, a ponte foi adaptada para o uso de automóveis, sendo abandonada na virada do século. Dez anos depois, com a implantação da praça de pedágio na rodovia que liga Paulínia a Cosmópolis, a ponte foi reformada para funcionar como alternativa de ligação entre as cidades paulistas.

Para chegar até a ponte sobre o Rio Jaguari, quem sai de Paulínia precisa percorrer alguns quilômetros de uma estrada de terra bem judiada. Por isso deixamos o MP Lafer na garagem e usamos um utilitário, que deixamos devidamente estacionado numa pequena ilha de retorno junto da velha estrutura construída com tecnologia britânica.
Para chegar até a ponte sobre o Rio Jaguari, quem sai de Paulínia precisa percorrer alguns quilômetros de uma estrada de terra bem judiada. Por isso deixamos o MP Lafer na garagem e optamos por um utilitário, que deixamos devidamente estacionado numa pequena ilha de retorno junto da velha estrutura construída com tecnologia britânica.

O acesso até a margem do Rio Jaguari é feito por uma trilha que serpenteia a mata ciliar da região. Uma árvore parcialmente tombada forma um pórtico informal de um parque que sequer existe no papel, mas é frequentado por ciclistas, motoqueiros e amantes da natureza.
O acesso até a margem do Rio Jaguari é feito por uma trilha que serpenteia a mata ciliar da região. Uma árvore parcialmente tombada remete a um pórtico informal de um parque que sequer existe no papel, mas é frequentado por ciclistas, motoqueiros e amantes da natureza.

Aos poucos a visão da ponte vai se descortinando por detrás das árvores e folhas secas. Um clima de mistério é embalado nos sons das águas correndo pelas pedras do leito do rio, até que se avista uma escadinha improvisada para descer a barranca que dá acesso a uma pequena praia.
Aos poucos a visão da ponte vai se descortinando por detrás das árvores e folhas secas. Um clima de mistério é embalado nos sons das águas correndo pelas pedras do leito do rio, até que se avista uma escadinha improvisada para descer a barranca que dá acesso a uma pequena praia.

Logo abaixo da ponte conseguimos captar a imagem do muro de pedra que sustenta uma extremidade da mesma. Neste ponto, porém, por mais que nossa câmera tenha uma lente de grande angular, não foi possível enquadrar e estrutura como um todo.
Logo abaixo da ponte conseguimos captar a imagem do muro de pedra que sustenta uma extremidade da mesma. Neste ponto, porém, por mais que nossa câmera tenha uma lente de grande angular, não foi possível enquadrar e estrutura como um todo.

Se há algum aspecto positivo na estiagem histórica que acometeu o estado de São Paulo, é o fato dos níveis dos rios terem baixado a ponto de se poder caminhar sobre as lajes de pedra que formam alguns deles. Foi deste modo que conseguimos nos colocar nesta posição para fazer a imagem.
Se há algum aspecto positivo na estiagem histórica que acometeu o estado de São Paulo, é o fato dos níveis dos rios terem baixado a ponto de se poder caminhar sobre as lajes de pedra que formam alguns deles. Foi deste modo que conseguimos nos colocar nesta posição para fazer a imagem.

Alguns passos para a direita e encontramos o ponto de fuga da perspectiva abaixo do centro da ponte. Ganhamos também a linda visão do reflexo da treliça no espelho de água. A moto passando confere uma ótima noção de escala. Nossa estimativa é que a ponte vence cerca de 48 metros de vão, com vigamento de 6 metros de altura, distantes 8 ou 9 metros do nível da água.

Eis a foto que valeu o dia, e que perseguímos desde o início do passeio. Escolhemos fazer ela em preto e branco, com um distanciamento maior, para salientar a quietude e a solidão atemporal que nos cala fundo na alma. Uma equilibrada composição que mescla a intervenção humana com a riqueza de um ambiente natural. Uma ponte ordinária que, no entanto, conseguiu ligar o século 19 ao século 21.
Eis a foto que valeu o dia, e que perseguímos desde o início do passeio. Escolhemos fazer ela em preto e branco, com um distanciamento maior, para salientar a quietude e a solidão atemporal que nos cala fundo na alma. Uma equilibrada composição que mescla a intervenção humana com a riqueza de um ambiente natural. Uma ponte ordinária que, no entanto, conseguiu ligar o século 19 ao século 21.

MP Lafer: a recriação de um ícone

Veja também:


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De Mitry lança livro sobre sua trajetória como designer

Livro: Antonio A. De Mitry - na prática a teoria é outra
Imagem gentilmente cedida pela MAGU Comunicação Integrada Ltda.

Antonio A. De Mitry, designer com atuação no projeto do MP Lafer, ganha livro sobre sua trajetória, pela Editora SENAI-SP.

Recebemos um telefonema animado do Antonio A. De Mitry, que o leitor do livro "MP Lafer: a recriação de um ícone" já conhece como um importante personagem no desenvolvimento do primeiro protótipo do MP Lafer. Ele convida os entusiastas do carro esporte para o lançamento de seu livro produzido pela MAGU Comunicação Integrada Ltda. para a Editora SENAI-SP.

"Antonio A. De Mitry: na prática, a teoria é outra" faz parte da coleção "Série Design" voltada para a publicação de trabalhos e projetos que trazem conceitos e tendências mundiais atualizadas neste vasto campo de atuação, investindo na riqueza de ilustrações para servir de inspiração para estudantes e leitores em geral.

Além do relato sobre suas passagens pela fábrica da Lafer, De Mitry fez um extenso depoimento para os autores do livro, relatando sua longa trajetória no design brasileiro, com incursões por diversas empresas e projetos pessoais.

De Mitry e Percival Lafer em dezembro de 2012, durante lançamento do livro do MP Lafer (foto: Rene Sarli).
De Mitry e Percival Lafer em dezembro de 2012, durante lançamento do livro do MP Lafer (foto: Rene Sarli).

O livro em português tem 116 páginas em formato quadrado com 20,7 por 20,7 cm. O preço sugerido pela editora é de apenas R$ 46,00 e a venda antecipada já está disponível, mediante encomenda, na loja virtual da Saraiva.

O lançamento da obra será no dia 18 de agosto de 2014, a partir das 18 horas, na loja da Saraiva no Shopping Pátio Paulista. Endereço: Rua Treze de Maio, 1947 - Paraíso - Piso Térreo Paraíso - São Paulo -SP - Tel: (11) 3289-5873. Obviamente, todos os amigos do mplafer.net estão convidados!


IN MEMORIAM

Lamentamos informar o passamento de Antonio Adolfo De Mitry (07/12/1935 - 30/06/2023), aos 87 anos, após longa vida dedicada ao design de móveis e automóveis.

Ele iniciou sua carreira ainda na década de 1950, na CAIO, encarroçadora de ônibus, e passou pela fabricante de brinquedos Troll antes de ingressar na Willys Overland do Brasil.

Nos anos de 1960 montou uma oficina de personalização de interiores de automóveis, quando aceitou o convite para trabalhar na Lafer, onde atuou na equipe que desenvolveu os orelhões de telefonia pública e chefiou o time que construiu o protótipo do MGT em 1972, que viria a se tornar o MP Lafer em 1974.

Nos anos seguintes trabalhou na Puma Automóveis e em diversas empresas do ramo de colchões e móveis estofados, atuando ainda como professor universitário e consultor até recentemente.

De Mitry também construiu um Fusca Limousine, que seria usado na posse do Presidente Tancredo Neves, fato que não se consumou mas rendeu o reconhecimento da diretoria da Volkswagen do Brasil.

Em 2014 publicou o livro "Na prática, a teoria é outra", pela editora do Senai de São Paulo. Sua trajetória está narrada em um capítulo do livro "MP Lafer: a recriação de um ícone".

Rendemos nossas homenagens e transmitimos os votos de pesar para seus familiares e amigos.

Galeria 2014: Magrinelli

Este MP Lafer 1977 repousa em linda garagem integrado ao verde de Cuibá, a capital de Mato Grosso.
Este MP Lafer 1977 repousa em linda garagem integrado ao verde de Cuibá, a capital de Mato Grosso.

EM CUIABÁ TAMBÉM TEM MP LAFER

Mateus Magrinelli Gonçalves mora em Cuibá, a capital do Mato Grosso, região centro-oeste do Brasil. Ele conserva um lindo MP Lafer de fino trato, ano 1977. E justamente para não deixar o carro atrasado em relação a sua manutenção, ele entrou em contato conosco em 23 de julho de 2014, solicitando auxílio para entrar em contato com especialistas em MP Lafer, para lhe fornecer peças de reposição.

Encaminhamos uma lista baseada na seção "Peças & Manutenção", deixando livre sua escolha. Parece que deu certo e ele foi bem atendido neste quesito. Então pedimos autorização para publicar as imagens magníficas que ele nos enviou, para dividir com os leitores do site. Para finalizar, ele deixou um gratificante elogio: "Parabéns pelo trabalho em manter viva a(s) história(s) dos MP Lafer, o site é nota 10!"

Deve ser muito bom chegar em casa tendo a visão de um conversível no hall de entrada.
Deve ser muito bom chegar em casa tendo a visão de um conversível no hall de entrada.

O painel de madeira do MP combina com a estrutura da casa em estilo rústico e contemporâneo.
O painel de madeira do MP combina com a estrutura da casa em estilo rústico e contemporâneo.

A espera de um passeio: a frente convidativa do MP Lafer
A espera de um passeio: a frente convidativa do MP Lafer