Um carro, um livro e vários amigos

Mensagem de 24 de junho de 2013:

"Caro Jean Tosetto,

Tenho um grande amigo chamado Flavio Guerra em Natal (Rio Grande do Norte), que é antigomobilista e possui carros de motores potentes que deixaram história, do tipo Santa Matilde, Puma GTB, BMW, Ford Maverick, entre outros. Em uma das nossas conversas anos atrás ele, sabendo da minha admiração por carros de época, me perguntou do interesse em ter um carro antigo, tendo eu lhe respondido afirmativamente, mas um carro que me havia marcado minha infância, um MP Lafer.

Os anos se passaram e conheci o site mplafer.net, onde aprendi melhor sobre a minha paixão. Na data de 09 de julho do ano passado, resolvi escrever aos diretores do Clube MP Lafer Brasil, conforme transcrevo:

O escudo do Clube MP Lafer Brasil.
'Prezados Walter Arruda e Romeu Nardini,
Sou pernambucano mas resido em Natal há mais de dez anos. Quando pequeno, trabalhava em uma lanchonete e tinha um cliente muito rico que se chamava Maurício Dourado, que tinha um MP Lafer prateado, que me encantava aos olhos. Muitas vezes pedia a ele par lavar o seu carro apenas para poder tocar aquela máquina.
Hoje tenho 46 anos, sou Delegado de Polícia e me vejo ainda buscando algumas realizações, entre estas a de ter um MP Lafer. Estou procurando um que me satisfaça, ou que eu possa dar meu toque de identidade. Este pequeno introito é apenas para externar meus parabéns e agradecer a manutenção deste site, pois como eu existe diversas pessoas apaixonadas por automóveis que marcaram época. 
E insisto em agradecer pois as dicas que encontrei tem sido bastante valiosas, me tornei uma pessoa exigente na busca. Espero em breve estar passando os dados característicos do meu MP Lafer.
Que Deus abençoe toda equipe do mplafer.net'

Fui atendido pelo Senhor Walter que me respondeu, com muita dedicação e sugestões. Qual foi minha surpresa que outro amigo, Sidney Augusto, dois dias depois em viagem encontrou um MP Lafer, na cidade de Aracati (Ceará), o qual pertencia a um tio dele, e lembrou-se de mim. Sem me contatar, fez uma oferta de compra - que foi aceita - tendo me enviado a foto e por telefone. Na mesma hora comprei o carro sem vê-lo - apenas em uma foto via celular.

No dia seguinte viajei e trouxe o carro dirigindo cerca de 300 quilômetros. Tendo chegado em casa o coloquei na minha garagem e, por não estar do jeito que eu sonhava, permaneceu até o início deste mês, quando o levei para oficina e iniciava-se ali um processo de restauração. Já havia feito uma relação de peças que meu carro necessitava, e como tinha viagem programada para São Paulo, esperei para aproveitar a oportunidade e realizei a parte 2 do meu sonho: comprar algumas poucas peças. Naquele momento havia relacionado as lojas e as peças que a mim interessariam.

Sérgio Almodóvar em Serra Negra, no ano de 2006.

Importante registrar que de igual maneira vi no site a referência sobre Sérgio Almodóvar, mas confesso que fui induzido a um preconceito, pois havia um comentário postado no site, na data de 29/11/2011, cujo autor relatava que tentara falar com Sergio e não havia conseguido. A partir desse comentário demovi a ideia entrar em contato com ele, pois tenho origem humilde e aprendi com meus pais e com os que os antecederam, que a palavra de um homem é algo de suma importância. Esse comentário se prende ao fato de que mais uma vez eu errei em ser preconceituoso, conforme lhe contarei mais adiante.

Depois de peregrinar pelas lojas em São Paulo e haver me decepcionado na “Empresa Omitida” em virtude do jovem vendedor, bastante distinto, haver me fornecido o preço de um painel em madeira, mas o proprietário da loja foi extremamente grosso com o vendedor, quando afirmava que o mesmo havia me passado o preço errado do painel - claro que pra menos. Ainda cheguei a contestar a minha indignação e o questionei, quando ele me disse que o problema não era comigo, mas sim com o seu funcionário, que havia me passado o preço errado. E o mais estranho, é que ele próprio não sabia ou não quis me passar o preço do painel, pedindo que eu telefonasse para a loja no dia seguinte, o que de maneira alguma o faria, pelo tanto que fiquei constrangido.

Pimenta em Águas de Lindóia, em 2012.

Diante deste fato, resolvi retornar à Internet, mantendo contato com o Pimenta, que me passou o telefone de Sérgio Almodóvar, onde após contato telefônico, fui pessoalmente a sua residência, onde fui atendido magistralmente e acabei por comprar um conjunto de peças que em números proporcionais daria pra comprar outro MP Lafer, nas condições em que o meu se encontra.

A naturalidade, transparência, honestidade, o amor ao MP Lafer, fizeram com que meu contato com Sérgio Almodóvar, ultrapassasse a mera transação comercial e me senti como se nós fossemos amigos de longas datas. Verdadeiramente me tornei fã e o indicaria a qualquer outra pessoa. Diante desse fato, aproveito a oportunidade para lhe rogar, que exclua tal comentário, que após revê-lo não o desabona, apenas diz que a pessoa vinha tentando entrar em contato com ele. E ainda como você bem disse com toda sapiência em sua resposta que aquele não era o canal adequado para tal comentário.

Mais recentemente, me ative a sua trajetória e o imenso trabalho que você teve em publicar uma paixão nossa, pois há quase um ano me considero parte desta família dos apaixonados por MP Lafer. Tenho certeza que você não está aferindo lucros com a venda deste livro pela alta qualidade editorial, entretanto nós vemos em seu esforço a perpetuação da história de um veículo extremamente admirado por tantos. E sobretudo agora você faz parte dessa história, pois está registrada sua valiosa contribuição para o antigomoblilismo.

Desejo que seja a primeira de uma série e que você faça o sucesso merecido. Pois sem o conhece-lo passei em orgulhar-me e admira-lo pelo potencial que você tem. Ainda mais quando retorna uma simples ligação de um desconhecido, que oxalá seja mais uma referência sua no Nordeste, na capital norteriograndense, pois nesse universo só encontrei gente bacana.

Por fim, que Deus, por sua infinita misericórdia, possa continuar a cobrir de bênçãos você e todos os seus.

Forte abraço,

Célio Roberto Matias de Santana"

Em resposta ao amigo Célio Roberto informo que, como editor do site mplafer.net, já suprimi o comentário dúbio sobre a falha de comunicação de um cliente com o Sérgio Almodóvar, por se tratar claramente de um caso isolado, cuja resolução deveria ser feita diretamente entre as partes, pois todas as nossas indicações e recomendações publicadas no site são mera cortesia, dado que não temos interesse comercial em peças e serviços de MP Lafer, salvo preservar a memória deste carro tão querido da melhor forma possível.

Obviamente os leitores irão compreender que omitimos o nome da loja onde o Célio foi constrangido, uma vez que a publicidade negativa poderia causar transtornos maiores do que a perca de um cliente. A pessoa que recusou a venda do painel, pelo preço informado pelo funcionário, eventualmente lerá este artigo e saberá se penitenciar pelo comportamento questionável - e não cabe a nós fazer juízo de valor sobre isso.

Sobre o livro "MP Lafer: a recriação de um ícone" posso garantir que ele só tem me dado alegrias. Obviamente não o escrevi visando lucro, mas para registrar uma grande paixão que não encontra paralelos em comportamentos estritamente racionais. Felizmente o investimento na materialização do livro está sendo recuperado aos poucos, com a venda perene dos exemplares. 

Já o investimento em horas trabalhadas na sua elaboração jamais será recuperado, se levarmos em conta o mesmo rendimento financeiro da hora trabalhada no escritório de Arquitetura. Deste modo, sou absolutamente sincero quando afirmo que o livro do MP Lafer é um presente para todos os entusiastas do conversível.

Grato por tudo,
Jean Tosetto


Veja também:


O Editor Volante recomenda o livro do MP Lafer

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